terça-feira, 23 de março de 2021

Poema Para Ser Lido de Madrugada

 

Eu vejo barreiras no incompreensível de mim mesmo

talvez como um cínico ou como um tolo

A questão das letras acabam embaralhando

em minha mente mais do que confusa

Confesso que bebi demasiadamente da vida

até que me viesse a vontade de vomitar...


Esqueceram o sol por aqui

e o coloquei no bolso

e distraidamente o roubei...


Todo um silêncio constrangedor

acabou fazendo da minha festa

mais um luxo tão barato...


Caí de cabeça num abismo quase que interminável

e sobreviver agora é como numa tragédia grega

churrasco grego servido em minhas ruas muitas delas

onde perambulava sem destino muito algum

antes que eu aprendesse que as tempestades

acabam se sucedendo por outras bem piores...


Eu não sei falar sem xingar

e mesmo com todo esforço

eu nunca serei um bom menino...


Posso então confessar um amor 

mas não estou acostumado com ele

que me parece um bicho estranho...


Vão se formando antigas ruínas em minhas retinas

e todas as minhas divagações acabam na verdade

uma verdade que fere mais que meu demônio familiar

não é mais hora para ter algum lamento tolo

está formado um grande círculo sem feiticeiras

em um novo Sabah que o domingo trouxe...


A ciranda já está formada

mas não aguento tantos giros

e minha cabeça então tonteia...


Já corre alta esse madrugada

e eu agora faço desenhos na fumaça

como se o cigarro fosse um giz...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...