Toda extensão...
Do desastre que a mídia transformou em espetáculo para seu público selecionado. Para uma comoção inexistente para uma empatia que é levada no deboche. Enquanto não nos aflige, foda-se. Enquanto não é nosso, nem dói...
Toda aflição...
Das bombas que sobrevoam nossas cabeças até que alguém decida apertão finalmente o botão. Para palavras que de nada adiantarão. Conselhos ou loucuras não nos bastam. Enquanto a música toca, dancemos. O palhaço faz piruetas, vamos rir ainda...
Toda exaustão...
Da mão que tenta pregar o prego sem utilizar um martelo para tal feito. Para uma teimosia que acabamos desistindo. Enquanto o fôlego não acabou, tentemos nos salvar do naufrágio. Estamos no meio do mar, não sabemos onde estará a praia...
Toda fascinação...
Do perigo que está ao alcance de nossas mãos com a nossa cegueira mais corriqueira que nos leva ao tombo. A tentação nos faz dispensar todos os conselhos e todos os avisos possíveis. Enquanto somos aquilo que somos, idiotas. Enquanto o veneno vem, nos atrai mais do que o remédio...
Toda liquidação...
Dos venenos que inventaram somos nós que iremos provar todos eles. É praticamente inevitável que façamos isso mesmo sendo trágico. Enquanto são inventados outros, todos eles serão. Enquanto tantos morrem, tantos nascem, a fila não para de andar...
Toda incompreensão...
Das perguntas que nem sabemos da sua mera e banal existência. Desconhecemos verdadeiras preocupações. Enquanto os mais assustadores fantasmas, nós nunca os veremos. Na verdade, a verdadeira destruição sempre foi silenciosa...
Toda revolução...
Das cabeças baixas que acabam se levantando na hora mais imprevisível possível. Será um suicídio ou valerá a pena? Procuraremos a felicidade? Ou ela irá nos procurar?...
Toda extensão...
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