Nada mais, nada menos,
estas antigas feridas ainda me incomodam,
mesmo sem dor alguma,
antigas sombras feito fantasmas...
Eu danço com um buquê de girassóis,
pela feira livre
pedindo piedade dos que passam...
Nada tenho, nada quero,
exceto os velhos brinquedos que roubaram,
coleções de mim mesmo,
a alma pedaço por pedaço...
Eu rio sem qualquer explicação,
para mostrar
o que sobrou de meus pobres dentes...
Nada canto, nada calo,
somente saem berros da minha garganta,
quero poder acordar
todos os que estão mortos...
Eu faço muitas caretas,
estou na frente
de um grande espelho imaginário...
Nada respondo, nada pergunto,
a minha curiosidade pode ser perigosa,
o mundo de hoje
pertence a todos os idiotas...
Eu rolo no chão,
sou um porco
e cada um tem seu chiqueiro...
Nada como, nada bebo,
já me cansei de tantas correntes,
os portões e as portas
que sejam logo abertos...
Eu quero minhas asas,
sinto saudades
do tempo em que voava...
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