domingo, 20 de fevereiro de 2022

Espiral de Loucos

Nada mais, nada menos,

estas antigas feridas ainda me incomodam,

mesmo sem dor alguma,

antigas sombras feito fantasmas...


Eu danço com um buquê de girassóis,

pela feira livre

pedindo piedade dos que passam...


Nada tenho, nada quero,

exceto os velhos brinquedos que roubaram,

coleções de mim mesmo,

a alma pedaço por pedaço...


Eu rio sem qualquer explicação,

para mostrar

o que sobrou de meus pobres dentes...


Nada canto, nada calo,

somente saem berros da minha garganta,

quero poder acordar

todos os que estão mortos...


Eu faço muitas caretas,

estou na frente

de um grande espelho imaginário...


Nada respondo, nada pergunto,

a minha curiosidade pode ser perigosa,

o mundo de hoje

pertence a todos os idiotas...


Eu rolo no chão,

sou um porco

e cada um tem seu chiqueiro...


Nada como, nada bebo,

já me cansei de tantas correntes,

os portões e as portas

que sejam logo abertos...


Eu quero minhas asas,

sinto saudades

do tempo em que voava...




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