Sou janelas,
a porta está fechada,
no silêncio que me encontro -
- permanecerei...
Olho apenas o mundo
(minha grande rua)
onde poucas coisas e seres passam...
Os dias se sucederão,
quase que intermináveis
até que até seu fim
então venha...
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Sou imune à banalidade do óbvio
(gosto de ter alguma surpresa...)
A repetição não me atinge
como antes - um direto no queixo!
O mesmo mar está como antes,
aliás, como sempre esteve,
sua mística ainda me fascina...
Certas coisas acabo me esquecendo,
vai que eu tenha mil anos e não sei...
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É uma eterna dúvida:
Se realmente existo
ou sou apenas alguém sonhando?...
Também um eterno dilema:
Sou apenas um sonho mal
que incomodou o sono de alguém...
Gostaria apenas
de poder olhar as nuvens,
todas que houvessem no céu
e escutar todos os passarinhos,
todos o que existem no mundo...
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Casa da minha infância,
nem o Everest tem a tua eternidade,
apesar de não existires mais,
ainda continuas do mesmo jeito lá.
Cada parede, cada detalhe, cada nuance,
inesquecíveis para todo o sempre,
mesmo que a velha memória falhe...
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Os loucos pegaram as chaves,
abriram as celas, pularam os muros,
finalmente, fugiram...
Correram feito o que são
pelas ruas do pacato bairro.
Chegaram finalmente na praça
(onde havia um grande jardim)
e foram brincar com os meninos,
com as fadas e tudo mais
que imaginário fosse...
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Velha fotografia desbotada
em preto-e-branco
(outras cores não haviam)
te olho fixamente
com a demência dos que partiram
mas ainda não o sabem...
Meu próprio rosto inocente
de uma inocência que saiu por aí
e até hoje não voltou...
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Posso falar de dragões ou pombos
depende de minha vontade,
construir castelos ou derrubá-los
apenas dando um pequeno sopro...
Posso colocar pureza
onde não existe mais nenhuma,
trazer as antigas cores
das mais desbotadas paredes...
Como? Sofro de uma doença incurável
chamada imaginação...
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