domingo, 27 de fevereiro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 131


O pele-vermelha sem pele vermelha

de olhos estrábicos e machadinha de pau,

as penas pintadas de sei lá qual galinha...

Meu Deus! Roubaram meu carnaval...

Mais de meio século o rio já levou,

aquele rio tão feio, aquele rio malvado,

eu era tão feliz com tão pouca coisa,

por que me deixaram tão abandonado?


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Quando chegarão más notícias?

Elas chegam quase sempre...

Os homens lutam entre si?

Do primeiro ao último dia...

E quando isso vai acabar?

Todos nós esperamos por isso,

sobretudo os poetas...


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Eu quero viver de mais viver

não olhar um edifício sequer por perto,

o barulho dos carros doem meus ouvidos,

a fumaça das fábricas ferem meus olhos...

Me tragam de volta o que eu tive,

não pedi ninguém para levar,

quero as histórias em velhos sonhos,

tudo o que eu amava e foi embora...


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Era papel

depois foi tela

hoje é monitor,

era o céu

depois novela

hoje é desamor...


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Costume antigo esse, justificar o que não tem razão. Tenhamos pena de todas as guerras, todas elas, pequenas ou grandes. A distância não importa, quantas mortes acontecem por elas, todas elas são lamentáveis, todas preocupantes, mesquinhas e sem necessidade. Oremos pelos soldados nos campos de batalha e pelos pobres que morrem pela violência urbana.


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Não se meta em minha alegria,

não queira estragá-la,

ela é tão pouca e passageira,

mal dá pra encher meu prato...

Não censure meus maus modos,

eles são o que são,

são resultados do tempo

pelos caminhos que percorri...

Meus erros e meus acertos

são o que são - meus -

não há existe outro autor

e não há também outro carrasco...

Ainda consigo escutar os passarinhos,

esses que invadem as manhãs,

ficando meu pouco tempo

admirando tantas nuvens no céu...


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Ela era tão bonita!...

Eu sabia disso,

mas a timidez tapava minha boca,

nunca poderia confessar...

Eu fugia de seus beijos,

esses que não são por maldade,

que acabam sendo engraçados...

Estou aqui, estou vivo,

passados tantos anos e tantas marés

e, juro sinceramente,

queria tanto saber,

como estará a senhorinha

que você se transformou...


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