O pele-vermelha sem pele vermelha
de olhos estrábicos e machadinha de pau,
as penas pintadas de sei lá qual galinha...
Meu Deus! Roubaram meu carnaval...
Mais de meio século o rio já levou,
aquele rio tão feio, aquele rio malvado,
eu era tão feliz com tão pouca coisa,
por que me deixaram tão abandonado?
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Quando chegarão más notícias?
Elas chegam quase sempre...
Os homens lutam entre si?
Do primeiro ao último dia...
E quando isso vai acabar?
Todos nós esperamos por isso,
sobretudo os poetas...
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Eu quero viver de mais viver
não olhar um edifício sequer por perto,
o barulho dos carros doem meus ouvidos,
a fumaça das fábricas ferem meus olhos...
Me tragam de volta o que eu tive,
não pedi ninguém para levar,
quero as histórias em velhos sonhos,
tudo o que eu amava e foi embora...
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Era papel
depois foi tela
hoje é monitor,
era o céu
depois novela
hoje é desamor...
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Costume antigo esse, justificar o que não tem razão. Tenhamos pena de todas as guerras, todas elas, pequenas ou grandes. A distância não importa, quantas mortes acontecem por elas, todas elas são lamentáveis, todas preocupantes, mesquinhas e sem necessidade. Oremos pelos soldados nos campos de batalha e pelos pobres que morrem pela violência urbana.
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Não se meta em minha alegria,
não queira estragá-la,
ela é tão pouca e passageira,
mal dá pra encher meu prato...
Não censure meus maus modos,
eles são o que são,
são resultados do tempo
pelos caminhos que percorri...
Meus erros e meus acertos
são o que são - meus -
não há existe outro autor
e não há também outro carrasco...
Ainda consigo escutar os passarinhos,
esses que invadem as manhãs,
ficando meu pouco tempo
admirando tantas nuvens no céu...
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Ela era tão bonita!...
Eu sabia disso,
mas a timidez tapava minha boca,
nunca poderia confessar...
Eu fugia de seus beijos,
esses que não são por maldade,
que acabam sendo engraçados...
Estou aqui, estou vivo,
passados tantos anos e tantas marés
e, juro sinceramente,
queria tanto saber,
como estará a senhorinha
que você se transformou...
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