domingo, 13 de fevereiro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 122

 


Vale, não vale. Todos sonhos agradam, mesmo ferindo. Assim caminhemos para a direção deles, estando ou não machucados. Já é quase noite, mas são meus olhos que escurecem. A lua e as estrelas, além de milhares de pirilampos continuarão fazendo seu papel. As luzes da rua também guardam segredos e os bichos da noite ainda desfilam, mesmo se escondidos. Vele, não vele, menina bonita. De qualquer forma, o amanhã vai nascer...


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A menina embala sua boneca

Que acabou de fechar os olhos...

O menino olha para o céu

Onde sua pipa dança pelo ar...

O gato cochila ao sol

Expondo sua bela preguiça...

Um cão vadio abana o rabo

Satisfeito com quem passa...

Os passarinhos dão suas lições

De como se deve cantar...

Só nós, pobres infelizes,

Não temos noção do encanto de viver...


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Nem entradas, nem bandeiras, apenas um pacato sol que nos cobre. O que mais querer para esse domingo? Ainda alguns dormem, mas a maioria já acordou. Muitos hão de partir, muitos hão de chorar, outros irão se desesperar, mas haverá ainda alguma felicidade. Pássaros cantarão, flores se abrirão, não se importando da queda de milhares de folhas mortas. Enquanto muitos soldados guerreiam, os meninos brincarão. Vamos pedir que as bombas não caiam mais. Nem entradas, nem bandeiras, apenas domingo...


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Eu sou a própria poesia

Virei palavra

Mais nada...

Desapareci do mundo

Me isolei

Assim desse jeito...

Minhas janelas abertas

A porta fechada

O choro partiu...


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O próprio medo teve medo de tantas coisas... E quem não tem? Quem não carrega em si a incerteza, se dias sombrios não estão por vir e nos levar para longe? Para o longe e para o nada... Deixando para trás todas as esperanças que com muito custo juntamos... Não só a escuridão nos amedronta, a claridade também possui suas maldades, algumas até bem maiores. Disfarçamos e olhamos em outra direção e trememos. Isso em algo adiantará? Até o próprio medo teve medo de tantas coisas...


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Dança das horas

Todo o riso possível

Uma roda roda ao infinito

Nem sei onde pararemos

Mas nem eu quero

Esse velho há de rir

E brincar sim

Como todas as crianças...


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Eu não ri. Foi uma piada muito sem graça. O tempo passou, mas a mágoa continua a mesma. Há muito que é impossível evitar. Algumas delas são essas. Eu não tive culpa, não tive mesmo, juro por tudo que se pode jurar. Continuem rindo enquanto quiserem (ou puderem). Tudo tem seu fim...


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