sábado, 19 de fevereiro de 2022

Manhã de Carnaval Sem Carnaval




Vejo o que nunca pensei que ia ver

uma manhã viva e ao mesmo tempo morta

como acho que talvez não veja nunca mais...

Onde andarão nossos clowns e nossas bailarinas?

Arlequim finalmente morreu e foi sepultado?

Não nos chamaram para a sua despedida?

Uma cor enjoada sufoca o ar... 

Só nos restam os copos de cachaça

em bares sujos onde moscas pousam...

Os cigarros baratos de maços meio amassados

que são tesouros em nossos bolsos...

Os versos escritos nos banheiros sujos...

 Alguém se confunde e chega fantasiado

não foi avisado e assim pensou...

O branco dos olhos já está vermelho

e os dentes já amarelados e cariados...

O general da banda foi para outras batalhas?

A baiana sorridente foi embora no hospital...

Quem sabe ano que vem se algo nos restar...

Tentaremos inventar umas novas cores

uns tons de verdes meio azulados quem sabe...

Por enquanto mais uma cerveja

enquanto o baticum continua só no peito...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo dentro desse calabouço de falsas ilusões Nada é mais absurdo do que se enganar com falsas e amenas soluçõe...