Aqui ou lá? Onde está?
Toda guerra é estúpida
e sem vencedores, todos perdem...
Toda riqueza é duvidosa
pobres ricos, ricos pobres...
Todo desamor é venenoso
mata ambos sem pena...
Toda desilusão acaba mal
tanto vivos, quanto mortos...
Aqui ou lá? Onde está?
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Palavras bonitas ou feias, pouco importa agora. Minha cara feia foi a única que pude ver no espelho. Não sei se agradeço ou não. Se fosse outra, não seria eu. Minha loucura mais que evidente, é tudo aquilo que possuo. Falo sozinho desconexidades que deixariam qualquer analista com os cabelos em pé. Eu me acostumei com tal fato. Meus sonhos mais impossíveis, é o que me resta. Os meus olhos continuam tortos e míopes e silenciosos, seu tempo é indeterminado, nem eu e nem ninguém sabe quando fecharão de vez...
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Eu não gostava de poesia. Por que haveria de mentir? Preferia os gibis que aprendi a ler quando criança, as histórias simples que papai e mamãe me recontava e eu não me cansava deles repetirem. Eu não gostava de poesia. Não sei se pela obrigatoriedade dos livros, mas eu não gostava. Mas gostei bem menos quando a tia me chamou na diretoria da escola, me deu aquele carão de me deixar avermelhado. Aí sim, fiz uma que não me lembro mais, mas ganhei o concurso e, por cruel ironia, não consigo parar...
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As mesmas ruas...
Todas elas são eternas!
O tempo engole as cores e as formas,
os homens matam as cores e as formas,
mas as ruas não conseguem nunca!
São nestas que invisivelmente
eu ainda sou a mesma criança
e meu pai dirige mansamente
aqueles nossos passeios...
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Infinitamente pelas tuas tatuagens vulgares
eu vou percorrendo mansamente a velha língua,
tudo cansa neste mundo,
menos a malícia que assassinou minha inocência...
Mesmo pobre e sem saúde, sou o medo em pessoa,
minha imaginação pode ferir ou até matar...
Como tenho vontade de rir e bem alto!
A estética sempre morre e morre feio,
a necessidade de um fundo musical já passou...
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Não tenho pena nem de mim...
Se tivesse, pararia de sonhar em vão,
não quereria mais nada
e esperaria a morte sem um gesto sequer...
Se quisesse, não tentaria parar de chorar,
não vale o esforço
se sabemos que é apenas o inevitável...
Eu sou como um passarinho
que tenta voar mesmo que atravesse
a linha de tiro de malvados meninos...
Não tenho pena nem de mim...
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Catam no lixo o que a sociedade nega...
É melhor jogar fora o que não se vendeu
do que dar para alguém que precisa...
A alegria alheia não nos interessa
é até melhor que eles sofram...
Como se houvesse diferença perante a morte
inevitável para todos os seres...
O corpo dos que fazem programa
pertencem ao dinheiro que ganhei...
Para se ser apenas mais um covarde
não há idade, cor, gênero, raça que interessa...
Catam no lixo o que a sociedade nega...
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