Olho pontualmente todos os dias
Todas as palavras passadas e possíveis
Com uma surpresa que antes não tive...
Saboreio cada palavra
E sinto um gosto inédito
mesmo esquecendo porque estão ali...
Assim como os segundos
As palavras são enigmas
Mesmo quando velhas conhecidas...
As lágrimas não!
Seu gosto lembra o mar
Nos dias mais frios que pude viver...
Dias de ressaca, muitas delas,
Mas mesmo assim ainda bonitas
com tantas espumas pra se ver...
As palavras seriam quais espelhos?
Sim, espelhos são a marca de um inédito,
Quando nos vemos, já não somos mais...
Vejo as rugas que prosseguem,
Invasoras de que tento me defender,
Mas vencedoras da guerra do tempo sim...
Os ponteiros não param,
Andam com seu pavor costumeiro
Na direção ao objetivo que não alcançarão...
Tudo é quase que infinito
Sobretudo a minha saudade
E um desespero decorrente dela...
Cada poema uma flor e uma ferida aberta,
Todo desejo um plano bom que falhou,
Os alvos foram feitos para serem errados...
Em que casinha se escondeu o coelho?
Noites de frio que eu me alegrava
Porque a inocência ajuda aos que nada têm...
Eu consigo pelo menos respirar mais um pouco,
As águas ainda não conseguiram me afogar,
Acho que ainda sou e permanecerei humano...
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