Eu fiz uns traços
eu fiz uns riscos
no céu e no chão
no chão um sol
no céu nuvens de algodão
mesmos com os pés
agora pregados
Eu juro!
um dia vou embora daqui...
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Faço que nem malabarista
lidando com minhas decepções
todos nós somos meros artistas
fazendo nossas pobres encenações...
Uma máscara esconde o rosto
sem possuir quaisquer explicações
mesmo que isso não tire o gosto
de nossas desesperadas ilusões...
Queima a alma e a carne corta
na mais malvada de todas as ações
tenha cuidado e feche a porta
não há sequer mais interrogações...
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Cada surpresa pesa
solene em meu peito
porque as más são mais numerosas
Acabou o gás
acabou a luz
acabou o pão
acabou a vergonha...
Cada esperança dói
o medo vem de brinde
é consequência natural nossa
Acabou o amor
acabou o sonho
acabou a razão
mal restou a vida...
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Nos céus eu danço
como a faísca perdida
do metal no esmeril...
No chão eu danço
como a brasa espalhada
da fogueira na noite...
Na água eu danço
como a luz vinda de longe
do espelho solar...
No nada eu danço
como o repente do nada
dos versos tristes...
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Como sopram
os ventos
as palavras
as notícias
as ideias
Gestos simples
de pura afeição
A água no copo
o vidro que brilha
em esperanças
que ainda
quero ainda ter
Sem regras
com a forma que melhor
puder em simples
e pura mais dança
Eu vento para
todos os possíveis lados
sem ter mais porquê
me esconder...
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Estrangeiro daqui mesmo
estranho tantos sóis
que ainda não conheço
Sem folia
sem folia
sem folia
Triste no meio dessa festa
mesmo sem ir embora
tudo tem o seu justo preço
apatia
apatia
apatia...
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Ando pelos corredores da vida
feito cego
Pelas ruas da minha existência
feito surdo
Implorando aquilo que não aceitam
feito mudo
Eu lembro de esquecimentos
que doem muito
E mesmo assim tudo ri de mim
como sempre
Ando como um sonâmbulo
ou na corda bamba
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É tudo um jogo
competição
entre borboletas
e beija-flores
entre estrelas
e pirilampos
É tudo um jogo
competição
entre palavras
e gestos
entre luzes
e olhares
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