Mesmo que a máquina não funcione
e a luz do sol nos abandone,
que tudo não passe de um clone
e venha logo um malvado ciclone...
Mesmo que a chama não mais acenda
e que a verdade se torne lenda,
que Judas seja posto de novo à venda
e a nossa vida se torne uma prenda...
Mesmo que nos percamos na estrada
e que ela afinal não desse em nada,
que o palhaço chorasse quando da piada
e não fosse previsto o tombo da escada...
Mesmo quando uma estrela do céu caísse
e o balão então não mais subisse.
que o desamor viesse e me agredisse
e a nossa luta fosse apenas uma tolice...
Mesmo que não se fechasse mais o corte
e não existisse mais a nossa sorte,
mesmo que nada mais o peito suporte
e tudo apenas aponte para a morte...
Mesmo que eu fosse o mesmo não seria
e foi-se embora minha alegria,
que tudo que me resta é uma agonia
e os olhos fechados e a casa vazia...
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