Todos os doze,
Todos eles um à um,
Não são apóstolos,
Mas testemunham crises,
Assistem crimes,
Olham nascimentos e mortes...
Todos os doze,
Marcam felicidades e desesperos...
Todos os doze,
Todos eles sem exceção,
Não são bichos.
Mas não são tampouco gente,
Apenas insensíveis,
Riem e choram mecanicamente...
Todos os doze,
Tão fieis e traiçoeiros também...
Todos os doze,
Todos em sua plenitude,
Não são pedintes,
Nem ao menos patrões,
Comem e passam fome,
Luz e trevas todos misturados...
Todos os doze,
São amantes e são carrascos...
Todos os doze,
Todos eles sem falha alguma,
Não são pacientes,
Mas também não se irritam,
Ficam quietos na fila
E no seu barulho a fila anda...
Todos os doze,
São o infinito e o nada...