sábado, 12 de outubro de 2013

Da Natureza de Todas As Noites


Nenhuma noite sorri - todas choram
Seus habitantes são tristes - todos vivem
E viver e chorar faz parte do jogo
Do jogo que caiu na lama
E nunca mais pode se limpar...

Nenhuma noite é boa - todas tem medo

E não luzes suficientes - inútil lua
E correr é esforço feito em vão
Porque todas hão de correr sempre
Mas nunca chegarão ao final...

Nenhuma noite tem pena - são cruéis

Sua crueldade é sutil - muitos não vêem
Viemos da escuridão líquida
Iremos para uma outra escuridão
Qualquer hora dessas...

Nenhuma noite é certa - todas pecam

Mas são pecados inocentes - gozo e erro
Quem inventou a treva já sabia
Que dentro dela velhos sonhos
Agonizariam sem morrer...

Nenhuma noite nos escapa - é nossa presa

As manhãs em geral lindas - todas morrem
Mas as noites permanecem nos olhos fechados
Nos escondem de nós mesmos
E enfim acabam nos salvando...

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