Apenas marionetes, apenas isso, nada mais,
Manipulantes ou então manipulados,
Algumas vezes certos, mas mais vezes errados,
Fingimos que estamos em dias de paz...
Apenas palhaços, não mais que isso, não mais,
A vida corre num grande picadeiro,
Esperando insone o momento derradeiro
Que nosso barco possa partir do cais...
Apenas idiotas, só somos isso, nada mais,
Acreditamos em qualquer promessa,
Acreditar é o que realmente interessa,
E ser cumprida, tanto fez, tanto faz...
Apenas espectadores, é isso e nada mais,
O tempo corre lento, apático, indiferente
E mal sabemos sermos bicho ou gente
E não saber nunca nos é demais...
Apenas eleitores, votamos cegos, nada demais,
Enquanto a aranha vai tecendo sua teia
Vivemos como numa reação em cadeia
Sob o mesmo chicote de nosso capataz...
Apenas marionetes, apenas isso, nada mais,
Ao som do rock pesado ou do samba-enredo
Vamos fugindo do nosso próprio medo
Como se ainda houvessem mais dias de paz...
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