Água demais mata a planta
Nem sempre tesão é desejo
E nem sempre conheço o que vejo
Nem sempre a escuridão espanta
O mal é uma outra opção
Nem sempre o que queremos levamos
Todas as atrocidades vêm de humanos
Muita praga vem na forma de oração
Muitos talentos são mediocridade
Assim muito otimismo é só cegueira
Nem sempre a ventania levanta poeira
A grana nem sempre cobre a necessidade
A verdade fere pois é sempre cruel
Nem sempre pela manhã temos café
Há muitos mortos que ainda estão de pé
Dentro de nós habita inferno e céu
Eu pego o meu sonho e galopo por aí
Delirar é uma forma a mais de pensamento
Na tabela periódica invento novo elemento
Eu fui em São Sebastião e quase que caí...
(Extraído do livro "Águas de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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