sábado, 20 de julho de 2024

Aqui Ó ( Samba na Poeira )

Eu bebi maseró! Eu bebi maseró!

Tenha pena de mim, tenha dó!


Água enferrujada não é ferruge, 

Tem boi que canta, não muge, 

Mais o que o dito cujo, o dito cuje...

Samambaia canto lá no pulejo,

Quanto mais tou cego, aí que vejo,

Aqui tá faltando de tanto sobejo!


Eu bebi pacotó! Eu bebi pacotó!

Mais que eu melhoro, fico pió!


Zabumba não bumba que bumba,

Cabou que eu peidei na macumba,

Elefante agora só dança rumba..

Manisco nem sabe o meu risco,

Se quero tomo é banho de curisco,

Pergunte aí pro seu Brunisco!


Eu bebi sapotó! Eu bebi sapotó!

Tenho gogueira tá lá no gogó!


Joyjoy ficou pelada, me deu tesão,

Eu queria ter manisco, peguei na mão,

Conceiça era agora sá Conceição...

Pitisco de pedra é um tal de tijolo,

Fumo enrolado é aquele tal de rolo,

Dasespero de pobre não é consolo!


Eu bebi galogó! Eu bebi galogó!

Vou pegar ventania pra dar nó!


Maria boceja dentro da cerveja,

Jãobatista foi entregue na bandeja,

Chá de poejo só se toma na poeja...

Quem come a pele, vai roer o osso,

Manguto véio é que faz bom moço,

Estica e encolhe até ficar bem grosso!


Eu bebi camonó! Eu bebi camonó!

Quanto mais ajunteio é que fico só!


Gato gordinho é só pra faquinha,

Eu vi Mariazona com a Mariazinha,

Bem pior que ter lepra é ter tinha...

Pirimbo ligêro não escapa é de nada,

Vai lá na tronqueira que é na entrada,

Gaimum não tem mais nem gaiamada!


Eu bebi fofoló! Eu bebi fofoló!

Se tu qué, aqui, ó!


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida),

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E O Poeta Morre...

E o poeta morre... Quando a palavra falha Quando corre da batalha Quando beija o fio da navalha... Sei que morrer também é ofício Mas então ...