terça-feira, 30 de julho de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 279

Andar como nunca andei. Antes com pés mesmo que cansados. Hoje somente com a alma. Dias e dias sem atravessar o portão para a rua. Perco muitas novidades. Mas a solidão acaba me trazendo outras tantas. Cada detalhe agora é percebido. Meus olhos são mais solidários. Não abandonam tanto como antes. Andar como nunca andei. Usando asas agora...


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Posso repetir? Algumas rimas que me aprazem tanto, eu as repetirei sempre e sempre. Não gostou? Pule as linhas, os parágrafos, páginas inteiras se tiver vontade. Não que assim eu desejo, virou força do hábito, um simples costume que não posso nem evitar. Feche o livro e faça dele o que lhe aprouver. Me sinto um cão vira-latas mesmo. As ruas estão aí...


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Ao primeiro passarinho que escutei hoje, meus sinceros respeitos. Para mim começou o dia, eis a verdade. Não são as notícias que vejo na internet que começaram ele. Não são os bons-dias que dei na rede social. Nem tão pouco os passos que dei em minha triste casa. Você já fez a sua parte, meu caro. Mais do que os passos apressados de tristes seres humanos em direção às fábricas que os mastigarão novamente. Meus sinceros respeitos, sempre...


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Faltou um nome para isso. Procurei com avidez no dicionário, foi em vão. Haviam milhares e milhares de palavras diferentes. Umas grandes, outras pequenas. Umas simples, outras mais complicadas. Usadas em ocasiões especiais, outras no dia-a-dia. Mas todas elas, apenas palavras. Faltou um nome para isso, um substantivo que valesse a pena, algo que simplificasse um pouco mais para designar; amor excessivo que sinto por você...


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Estático, fantástico. A fumaça sai do cigarro e aos poucos invade o ar. Sereno, ameno. Conformei-me com certas dores que afligem qualquer cotidiano. Escola, esmola. Todas as chances que a vida nos dá são soluções para problemas que ela mesma criou. Festejo, desejo. Os dois lados da mesma moeda são apenas mais uma farsa nesse jogo de improbabilidades. Prenda, venda. Nossa tolice acaba nos acompanhando por semanas e mais semanas como doença contagiosa. Espera, quimera. Qualquer fantasia vai acabar no próximo momento...


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Tome cuidado: Sua simplicidade em excesso acaba virando mediocridade como já virou moda por aí. Enxergue bem: Nem toda unanimidade pode aquilo que queremos e nem sempre a estética anda de braços dados com a atual moda. Use seus sentidos: Eles apresentam suas falhas evidentes, mas são aquilo que temos para não cairmos nas armadilhas de nossa própria pequenez que vem disfarçada. Seja humilde, mas não seja tolo; seja terno, mas cuidado com os machucados que a ternura pode causar...


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Fui surdo para meu próprio canto. Fui cego para a fantasia que construí. Não prestei atenção nas nuvens que passavam formando belos desejos. Desprezei as águas que corriam e esqueci que elas que me levariam ao mar. Fiz do meu andar por todas essas ruas apenas mais uma via-crúcis sob um sol mais ou menos ameno.

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