Muito prazer, sou o desengano,
Espaço pequeno fazendo diferença,
Instante a mais para a saturação,
Amor indo embora sem um aceno...
Sou o próprio destino ao avesso,
Onde vida e morte são apenas peças
De um jogo que mal começou...
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Como borboleta...
Na boca do velho camaleão
Num galho folhado de um jardim...
A vida é uma disputa quase cruel
Em que morrer ou matar é um detalhe...
Como camaleão...
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Nem flores, nem naves,
Apenas alguns espantalhos,
Estrelas suicidas
E palavras indigentes
Naquele céu sem cor
Que sempre houve por aí...
Respiração ofegante
E os lábios da princesa
Prontos para explodirem...
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Absurdo,
Abmudo,
Abcego,
Qualidades quase insólitas
De quem quase sempre viveu,
Tensas cordas de violino
E alguns dropes de anis...
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Em cada momento - todo um universo...
Em cada lilás - quase um tom à mais...
Em cada prenda - somente uma surpresa...
Nada nos engana mais - do que viver...
Rompidos todos os laços - para sempre...
Pacientemente espero - por quase nada...
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Eu nunca fui embora
Sempre estive por aqui...
Mesmo quando dormia
Ou nada falava...
Eu não consegui voar
Mas conhecia o chão...
A maldade dos homens
Não me atinge mais...
Quase não tive sonhos
Eram apenas aflições...
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Mentiram quando disseram que me amaram
Fora minha mãe, nunca ninguém me amou...
Disseram inverdades sobre terem a alegria
Todos os carnavais também possuem dramas...
Esqueceram de velhos e obsoletos paradoxos
Porque inventaram outros novos mais terríveis...
Viver é dar corda no relógio somente uma vez
Mesmo se enganando que ele nunca vai parar...
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