sexta-feira, 12 de julho de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 277

A sorte está lançada!
Não com meus pertences
(Nada que tenho tem valor)
Não com meus sonhos
(Todos eles agora são cinzas)
Não com meus desejos
(Eles passaram já faz tempo)
Estão sorteando meus olhos
(Meus pobres e cansados olhos
Que ainda teimam em te ver)
A sorte já foi decidida!...

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Cada ângulo é a tentativa absurda
de nos salvarmos do velho naufrágio
sem termos algum bote salva-vidas...
O lance agora jogado não tem mira
e só podemos acertar a nós mesmos
certa é a chance de nos ferirmos...
Para morrer não há hora nem local
assim como a vida tudo é arriscado
um simples respirar inicia o vento...

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O único troféu! O único troféu!
Ganhamos pela nossa idiotice diária...
Temos pela incerteza que nos arrasta...
Possuímos pela maldade que nos mira...
Tudo é incerto até que então aconteça...
Toda inocência acaba de morrer já...
Todo temporal vem de forma silenciosa...
O tempo já fez cair todos os outdoors...
Nossa poesia insiste diárias besteiras...
Não sabemos que margem escolheremos...
Qual anel morrerá em nossos dedos...
Que acaso escolhemos para o nunca mais...
A única vitória! A única vitória!...

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Não procuro mais nada na sobriedade
Cansei-me dela por demais
Assim como de muitas outras coisas...
Desprezo toda e qualquer sanidade
Não fui levado a nada com isto...
Eu só quero escrever os versos
Que o tempo me deixar escrever
E andar com as mãos nos bolsos
Como quem já perdeu seu caminho...

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Paremos de viver
de tantos mitos e tantas lendas
A felicidade é feita apenas
de pequenos pedaços
A alegria está sempre junta
e o sonho é a sua matéria-prima
Paremos de chorar
é isso que a tristeza quer
Olhemos o adeus que damos
como uma parte de nós
A dor como um aprendizado
e a morte como parte da vida...

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Não seremos mais o que somos
Os dias contribuirão para tal
Mas ainda se mesmo existe para nós
Alguma solução deste impasse
Usemos os sonhos que guardamos
Eles podem não nos rejuvenescer
Mas ajudar na nossa procurar
Por dias mais felizes que estes...

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Deve ser delírio (isso sim)
Mas aqueles teus olhos (tão olhos)
Continuam ainda  (sempre foram)
Nas coisas que mais gosto (todas elas)
No sol que vem quente (fim de chuva)
No vento que refresca (vento bom)
Na sombra que abriga (tantos verdes)
Pequenos rios correndo (que nem cristais)
E principalmente jardins (olhos sempre teus)...

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