sexta-feira, 26 de julho de 2024

(In) Corpore

Necessidades vitais

Rodando a baiana

O menos é mais

O fim da semana

Faremos carnavais

É o nosso Nirvana

Folias de matagais

Nós temos bananas


Claro que sim, claro que não,

Para essa febre, não tem explicação


É tesão sem tesão

Seu corpo no meu

Mas por pura aflição

Sozinho mais eu

Acabou-se o pão

Quem foi que comeu

No meio da multidão

Ninguém mais me leu


Claro que sim, claro que não,

Dá tudo no mesmo, pela contramão


Meu destino é mau

Não tem dó de mim

Invadiu meu quintal

Queimou meu jardim

Cantou o bacurau

Prenúncio de um fim

Me sinto um clown

Gastei meu latim


Claro que sim, claro que não

Para dor moderna, velha expiação


Avisei ainda aviso

Nem chore nem pense

É mais que preciso

Ter mesmo nonsense

Pra que tanto riso

Não há quem compense

É fato conciso

A morte é que vence


Claro que sim, claro que não

Olha quem chegou, sem ter anunciação


Meu corpo no teu! Meu corpo no teu!...


(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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