Necessidades vitais
Rodando a baiana
O menos é mais
O fim da semana
Faremos carnavais
É o nosso Nirvana
Folias de matagais
Nós temos bananas
Claro que sim, claro que não,
Para essa febre, não tem explicação
É tesão sem tesão
Seu corpo no meu
Mas por pura aflição
Sozinho mais eu
Acabou-se o pão
Quem foi que comeu
No meio da multidão
Ninguém mais me leu
Claro que sim, claro que não,
Dá tudo no mesmo, pela contramão
Meu destino é mau
Não tem dó de mim
Invadiu meu quintal
Queimou meu jardim
Cantou o bacurau
Prenúncio de um fim
Me sinto um clown
Gastei meu latim
Claro que sim, claro que não
Para dor moderna, velha expiação
Avisei ainda aviso
Nem chore nem pense
É mais que preciso
Ter mesmo nonsense
Pra que tanto riso
Não há quem compense
É fato conciso
A morte é que vence
Claro que sim, claro que não
Olha quem chegou, sem ter anunciação
Meu corpo no teu! Meu corpo no teu!...
(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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