sexta-feira, 5 de julho de 2024

Nas Gaiolas

Não precisamos de mais gaiolas

Toda essa urbanidade que nos cerca

Já faz este papel.

Não necessitamos de mais máscaras

A mentira que falamos que abominamos

Entranhou na carne.

Nossa zona de conforto é inexistente

Espinhos conhecem bem seu caminho

Desde a criação...


Afinal, quem amamos?

Nós mesmos, refletidos no outro!


Existe um novo mal que nos atinge

Sem que exista algum remédio ou vacina

Alastra sem distinção.

A tecnologia é o agora o novo monstro

Que alegremente acaba nos engolindo

Todos de uma só vez.

Em nenhuma construção há segurança

O tempo desmente as nossas afirmações

Mentimos todos sem saber...


Afinal, por que rimos?

Há funerais de sonhos todo instante!


Não precisamos de mais gaiolas

Toda este caos que vem amedrontando

Já faz este papel.

Não necessitamos de mais máscaras

O tempo que nem esperamos mais

Entranhou na carne.

Nossas salas já foram assim invadidas

E somos predadores entre nós mesmos

Desde a criação...


Afinal, para que termos asas?

Não ensinaram como voar...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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