quarta-feira, 3 de abril de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 258

A maldade me dá nojo, me dá sim. 

Como um cheiro que todos gostam,

Mas eu não - o cheiro do jasmim...


A tristeza tem senso de humor, tem sim.

Como um brincalhão de mau -gosto,

Chega e acaba pregando peças em mim...


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Voa, tendo asas ou não

Sobrevive, estando vivo ou morto

Percorre terras, ainda que em repouso

Grita alto, mesmo estando em silêncio

Fala todas as línguas, não sabendo uma palavra

Não tem uma moeda, mas é o mais rico de todos

Pula no abismo, assim mesmo acaba sobrevivendo

O amor e o sonho serão irmãos gêmeos?


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Quase tudo quase nada

Apenas litania de escassos segundos

Onde perdi meu frio

Mas eu estava acompanhado com ele

Tantos e tão planos

Num novo idioma que só meu coração

Requentar palavras

Para que o abismo seja um pouco menor...


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O balão subiu sozinho

Sozinho subiu o balão

Vai para a estrelas! Vai!

A saudade saiu do ninho

Do ninho saiu a saudade

Foge saudade! Foge logo!

O amor caiu por terra

Por terra caiu o amor

Caiu e se quebrou! Quebrou!...


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Malditas cercas de arame...

Que acabam me ferindo

Toda vez que tento atravessar

Onde vai dar essa estrada?

Numa aldeia? Ou em um reino?

Tomara que seja um lugar grande!

Para compensar esse longo silêncio...


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A lógica eu perdi quase aqui

O sonho caiu bem adiante

Toda minha exatidão hesita

Emparedadas as palavras

Como num crime tão qualquer

Hoje nem pão nós temos

Só a água dos mais óbvios prantos


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Ela foi mais que amor impossível

E eu fui um cachorro morto chutado

Mesmo assim as moscas voltaram

O calor só existe quando não precisa

A dor está para lembrar os tombos

O acaso tem pontaria mais certeira

E os freios faltaram na hora exata...


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A bailarina acabou se cansando

O poeta está odiando todos versos

A poeira tentou engolir as vitrines

O diário da morte é um dicionário

Acabou minha pressa de partir

Só o cais agora sabe toda história...

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