Eu sonho sonhos com explicação inexplicável
Parecendo um drogado que usou droga nenhuma
As febres chegam como penetras de uma festa fuleira
Enquanto o cupim se banqueteou com o dicionário
Todo morto de certa forma nunca esteve tão vivo
Ah! Aflição que queria ter e ainda não tive nem terei
Malévola reprise de novela que me faz resofrer
Eu fiquei com meu pau na mão olhando o horizonte
Enquanto páginas velhas desfilavam ante meus olhos
Reconheço tudo até aquilo que não me lembro mais
Eu me escondo em coisas tão óbvias que dão pena
Nesse exato momento alguém está dando um suspiro
Só a fantasia consegue nos salvar da mesmice
Fazendo impossibilidades como dar gosto para a água
Meu cão conhece muito mais filosofia do que eu
Em compensação se mudo uma letra mudo tudo
Dia desses qualquer consigo minha carta de alforria
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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