Mas o cabra não sabe nada
Do primeiro ao último dia
Está na frente da mira
E cada tocaia veio pronta
Da grande fábrica do tempo...
O pobre não comerá
E o rico comerá merda...
Mas o menino também não sabe
Do primeiro ao último dia
A mediocridade programada
Tombos de joelho ralado
Até que então o choro cesse...
O pobre dormindo na calçada
E o rico dormindo na jaula...
E a menina também não sabe
Que vão quebrar a boneca
Que vão desfazer as tranças
Que vai ter que mostrar a bunda
No grande bordel do mundo...
O pobre levando tiros
E o rico sendo um desenganado...
O jovem somente pensa que sabe
O segredo existente do tempo
Todas as folhas cairão no chão
Enquanto será um arremedo de si
Até que nada mais possa...
O pobre sofre pela injustiça
E o rico chafurda na corrupção...
O velho viu que estava enganado
Mas aí o carnaval foi embora
Os pássaros caíram dos céus
E a terra tinha muita fome
Para nos comer um por um...
O pobre virará apenas ossos
E dessa vez o rico também...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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