quarta-feira, 10 de abril de 2024

Occulta Veritas

 

Mas o cabra não sabe nada

Do primeiro ao último dia

Está na frente da mira

E cada tocaia veio pronta

Da grande fábrica do tempo...


O pobre não comerá

E o rico comerá merda...


Mas o menino também não sabe

Do primeiro ao último dia

A mediocridade programada

Tombos de joelho ralado

Até que então o choro cesse...


O pobre dormindo na calçada

E o rico dormindo na jaula...


E a menina também não sabe

Que vão quebrar a boneca

Que vão desfazer as tranças

Que vai ter que mostrar a bunda

No grande bordel do mundo...


O pobre levando tiros

E o rico sendo um desenganado...


O jovem somente pensa que sabe

O segredo existente do tempo

Todas as folhas cairão no chão

Enquanto será um arremedo de si

Até que nada mais possa...


O pobre sofre pela injustiça

E o rico chafurda na corrupção...


O velho viu que estava enganado

Mas aí o carnaval foi embora

Os pássaros caíram dos céus

E a terra tinha muita fome

Para nos comer um por um...


O pobre virará apenas ossos

E dessa vez o rico também...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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