Quando chega a noite,
Quando morre o dia,
Quando chega o sono
E nem há mais ave-maria...
Eu penso nesta solidão,
Mais solitário do que um cão...
Quando a fome maltrata,
Quando a impaciência manda,
Se apagou a fogueira
E acabou a nossa ciranda...
E toda resposta é apenas não
E todo o sonho foi apenas vão...
O xarope não passa tosse,
O remédio a doença não cura,
A chama não ilumina o caminho
Dentro dessa noite tão escura...
Um centavo pode valer um milhão,
Uma vida inteira pode não ter razão...
Mas mesmo assim eu corro desesperado,
Procurando entre escombros um motivo,
De mesmo com tantas coisas amargas,
Mas uma razão para continuar vivo...
Para a vida não há amor, há paixão,
Para a morte não há explicação...
Quando morre a noite,
Quando irá anoitecer,
Quando chega o sono
Neste vale do anoitecer...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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