Acordei quase pouco atrasado
Para o cometa que passaria ali
Pelo fim dessa manhã anoitecida
Estranho a mim mesmo em espelhos
Enquanto um burguês desnorteado
Faz profecias em yoruba clássico
Pelas ruas insanas da velha Paris
E o menino vende flores lilases
Que a menina avidamente come
O real destino é não ter algum
Moedas chacoalham em bolsos sujos
E a família reparte as velhas sobras
Não quer ser mais incômodo ainda
Agora sobram pérolas e faltam porcos
Meu sotaque nordestino é caprichado
A cultura nacional cabe na vasilha
As bruxas se esconderam nos bunkers
Fogueiras tímidas são digitadas
E a novinha trai o corno por algum pix
Farinesi é a agora a nova moda eterna
E batalhões de saltos altos invadem
O que restou de alguns meros escombros
Me intoxico cada vez mais de eu mesmo
Só que me viciei tem dois dias seguidos
Fragmentos poéticos agora sujam o ar
E versos aleijados dançam a polca
E certos nomes são apenas nomes
Dois contos de pão agora é normal
Orcas caribenhas e vegetarianas
Coleção de velhos maços de cigarro
Os velhos óculos quase quebraram
Só estão faltando certos detalhes
Os talheres estão arrumados no chão
Enquanto conhece todas as iniciais
O caos será somente de onomatopeias
E balões de puro material caseiro
O arroz que eu comi já estragou
Verdades não possuem sequer idade
O meu quinze faz muito que aconteceu
Mas mesmo assim acontece diariamente...
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