O famoso pisa
Na cara do anônimo
O saciado ri
Da cara do esfomeado
Que está são
Não liga para o doente
O feliz zomba
De quem está infeliz
Mas todos finais igualam-se...
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Azul e azul...
Por que não?
Em dias como estes
Nada mais poderemos evitar...
Em céus tumultuados
A estranheza vem caindo...
Chorar pode ser ruim
Mas há bem pior...
Azul e azul...
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Ele era ele e ela era ela. Minha cabeça tonteia sem motivo algum. O céu era o céu e o abismo era o abismo. Para os dois é preciso ter asas e sempre. Água era água e fogo era fogo. Todas as perguntas irão se calar em breve. Um brinde é um brinde e o luto é apenas o luto. Nunca enxergaremos que não existem opostos em nosso existir. Cada poema é sentimento ou tentativa insana. Os olhos podem fazer discursos e nosso sono pode dar gritos sem notarem. O caos é o caos e o repouso é o repouso. O poeta dança sozinho na praça solitária. Ele era ele e ela era ela...
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Línguas são cegas
Lábios destituídos de razão
Sonhos são perigosos
Todas as nuvens caem do alto
Os pássaros são teimosos
E as flores mais ainda
Toda ternura se agiganta
Até não poder mais...
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Meu silêncio é um ácido
Que corrói o metal de minha alma
Até que tudo esteja consumado...
Minha sina é uma piada de mau-gosto
E eu sou apenas um clown
Que acabou faltando o picadeiro...
Meus versos são inutilidades
Como pequenas flores ou insetos
Que acabo pisoteando sem querer...
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Não era eu... Era um outro menino que reinava um reino de coisas e sonhos... Foi num tempo tão distante... Foi num outro carnaval onde a alegria existia e muitos risos também... Eram outras águas que faziam sonhos diferentes de um quase acordar... Tudo vai embora... O bem e o mal acabam nem se despedindo... O amor e o desamor cumprem o mesmo itinerário e nunca mais nos visitam... Tudo passa... Não era eu...
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Poesia é febre
E cada delírio que ela nos dá...
Poesia é vento
E nos bailado das folhas arte...
Poesia é nuvem
E quem dera fossemos com ela...
Poesia é muro
Barreira instransponível de nós mesmos...
Poesia é cor
Juntadas todas elas na mesma paleta...
Poesia é febre...
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