segunda-feira, 29 de abril de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 263

Coloque numa panela

Todos os gostos e todas novidades

(Novas novidades ou antigas)

Leve ao fogo brando

E depois de alguns minutos

Teremos uma porção plena

Da humana mediocridade

De todos os tempos...


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Eu não tenho verdades...

Até fujo delas!

Mas as feridas doem

E doem muito mesmo

E meu tempo é curto

Para poder enganar-me...


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Poetas cospem estrelas

Poetas vomitam sonhos

Sentam o rabo nas nuvens

Transformam insignificâncias

Em grandes eternidades

Como um deus furioso

Ou um demônio amigo...


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E a multidão histérica de esfomeados

Vibra pelo resultado do campeonato

Delira com o final da novela

Goza com a fortuna do reality show

Baba com as mentiras do sistema

Caga em cima dos valores humanos

Silencia e vai para o abate

Os abutres agradecem...


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Todas as quimeras atacaram-me

E isto de uma vez só...

Quando acreditei que sonhos

Poderiam ser realizados...

Quando acreditei piamente

Que humanos poderiam ser bons...

Quando acreditei na mudança

Em que o mundo poderia ser feliz...

Todas as quimeras atacaram-me

E acabei sucumbindo...


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Tem horas que estou no céu

Tem horas que estou lá não

Às vezes voo ao léu

Em outras na escuridão

Na boca sabor de mel

Amargo no coração

Tem horas que estou no céu

Tem horas que estou lá não...


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Finais felizes que não tive

Eram apenas só finais...

Amores que não tive

Nunca podemos tê-los...

Sonhos que me feriram

Todos eles acabam ferindo...

Eu mesmo sou meu paradoxo

E não há saída para isso...


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As recordações são papéis 

Que acabaram amarelando

E a escrita acabou se apagando

O tempo não tem culpa de tão coisa

É sua tarefa comer todas as pedras

Para que virem grãozinhos de areia

Fazer que os versos sejam esquecidos

E que mais nada sobre

Nem a morte sobra em suas mãos...

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