sexta-feira, 26 de abril de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 261

Perdi o sono.

Perdi a briga

Comigo mesmo.

Um soco no espelho.

Um soco na cara.

Meus sonhos fugiram?


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Onde estávamos? Num choro certeiro...

Onde estamos? Agulha no palheiro...

Onde estaremos? Num monte de pó...

Talvez tenhamos um par de asas...

Nunca se sabe... Nunca se sabe...


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Toda poesia tem um quê de quê...

Que persegue os sonhos

Que alcança as nuvens

Que traz beleza em todos os cantos

Que enche de esperança

Que puxa a ternura pelos pés

Toda poesia tem um quê de quê...


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Ela era vulgar tomando cerveja num boteco

Vulgar também rebolando com o excesso de álcool

(E Deus sabe lá com mais o quê)

Estamos morrendo sem ao menos notarmos?

Ah! Que saudade que eu tenho...

Daquelas tardes que ela vinha escondida

Para chorarmos juntos e também brincar...


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O maior suicídio é o da alma

Não toca sequer um dedo no corpo

Dispensa manchetes sensacionalistas

Não desespera os familiares

Não produz carpideiras eventuais

Não desobedece regras religiosas

Dispensa imaginação mórbida

O maior suicídio é o da alma...


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No meu último carnaval (se assim puder)

Dispenso a fantasia de índio com machadinha

Ou aquela de palhaço todo de vermelho

Quero ir com aquela fantasia de tirolês

Com calças curtas e suspensórios de lantejoulas

Com camisa rosa de tecido brilhante

De meias bem compridas e coloridas

Com as botinhas ortopédicas que usava

E sobretudo aqueles óculos que escondiam

O mesmo sorriso de ainda inocência do mundo...


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Papai tinha dois rádios antigos

Um de madeira elétrico grande

Que faltava um botão e podia dar choque

Um outro azul de plástico que era Philips

Mas encima de uma tábua solene

Uma tábua atravessada num outro móvel

A Philco de madeira preto-e-branco 

Em que via a Vila Sésamo quando podia...


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