Perdi a briga
Comigo mesmo.
Um soco no espelho.
Um soco na cara.
Meus sonhos fugiram?
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Onde estávamos? Num choro certeiro...
Onde estamos? Agulha no palheiro...
Onde estaremos? Num monte de pó...
Talvez tenhamos um par de asas...
Nunca se sabe... Nunca se sabe...
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Toda poesia tem um quê de quê...
Que persegue os sonhos
Que alcança as nuvens
Que traz beleza em todos os cantos
Que enche de esperança
Que puxa a ternura pelos pés
Toda poesia tem um quê de quê...
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Ela era vulgar tomando cerveja num boteco
Vulgar também rebolando com o excesso de álcool
(E Deus sabe lá com mais o quê)
Estamos morrendo sem ao menos notarmos?
Ah! Que saudade que eu tenho...
Daquelas tardes que ela vinha escondida
Para chorarmos juntos e também brincar...
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O maior suicídio é o da alma
Não toca sequer um dedo no corpo
Dispensa manchetes sensacionalistas
Não desespera os familiares
Não produz carpideiras eventuais
Não desobedece regras religiosas
Dispensa imaginação mórbida
O maior suicídio é o da alma...
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No meu último carnaval (se assim puder)
Dispenso a fantasia de índio com machadinha
Ou aquela de palhaço todo de vermelho
Quero ir com aquela fantasia de tirolês
Com calças curtas e suspensórios de lantejoulas
Com camisa rosa de tecido brilhante
De meias bem compridas e coloridas
Com as botinhas ortopédicas que usava
E sobretudo aqueles óculos que escondiam
O mesmo sorriso de ainda inocência do mundo...
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Papai tinha dois rádios antigos
Um de madeira elétrico grande
Que faltava um botão e podia dar choque
Um outro azul de plástico que era Philips
Mas encima de uma tábua solene
Uma tábua atravessada num outro móvel
A Philco de madeira preto-e-branco
Em que via a Vila Sésamo quando podia...
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