Caminho entre tempestades azuis
Num jardim de borboletas ferozes
Cada palavra deve ser bem pesada
E cada gesto bem medido portanto
Nunca escaparemos dessas cercas
Sem algum ato mais louco e heroico...
Gigantes não esperam por pedras...
E nem o prato do dia sempre é melhor...
Enlouqueço com certos detalhes
Até que minha paixão me imploda
E todas as cores que escolhi sumam
Afinal de contas faltaram as contas
E os meninos agora foram na rua
Espero chegar um novo carnaval...
Toda velhice já foi juventude...
E meus bons modos são grotescos...
Duelo com minha própria sombra
Até que o copo e o prato esvaziem
E a velha casa crie brancas asas
E o improviso seja mais estudado
As lentes não estão mais salgadas
E o carro corre noturno pela cidade...
Nenhuma piedade acende velas...
E cada nascimento é novo funeral...
Estalo os dedos esperando faíscas
Enquanto estrangeiros entre terras
Me pesadelo feito o novo mártir
De uma causa um pouco desconhecida
Como um jornal velho do futuro
Que teima em falar só verdades...
Acabei de engolir um pouco de poeira...
Nenhum mal me aflige de forma alguma...
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