quinta-feira, 18 de abril de 2024

Carliniana XXXVI (Propriedade)


Caminho entre tempestades azuis

Num jardim de borboletas ferozes

Cada palavra deve ser bem pesada

E cada gesto bem medido portanto

Nunca escaparemos dessas cercas

Sem algum ato mais louco e heroico...

Gigantes não esperam por pedras...

E nem o prato do dia sempre é melhor...


Enlouqueço com certos detalhes

Até que minha paixão me imploda

E todas as cores que escolhi sumam

Afinal de contas faltaram as contas

E os meninos agora foram na rua

Espero chegar um novo carnaval...

Toda velhice já foi juventude...

E meus bons modos são grotescos...


Duelo com minha própria sombra

Até que o copo e o prato esvaziem

E a velha casa crie brancas asas 

E o improviso seja mais estudado

As lentes não estão mais salgadas

E o carro corre noturno pela cidade...

Nenhuma piedade acende velas...

E cada nascimento é novo funeral...


Estalo os dedos esperando faíscas

Enquanto estrangeiros entre terras

Me pesadelo feito o novo mártir

De uma causa um pouco desconhecida

Como um jornal velho do futuro

Que teima em falar só verdades...

Acabei de engolir um pouco de poeira...

Nenhum mal me aflige de forma alguma...

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