quinta-feira, 25 de abril de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 260

 

O poeta roubou sua própria alma

Colocou-a no bolso e saiu por aí

Pobre poeta desastrado!

Não viu que ela caiu de um bolso furado...

Ainda bem que alguns passarinhos

Acabaram pegando e levando para outros céus...


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Talvez meu coração de passarinho

Em algum tempo possa mais não bater

E eu parta como vim - triste e sozinho

Como qualquer um não vá querer


Talvez seja uma lâmpada que queime

Sem ao menos querer assim avisar

E mesmo que a vida teime e teime

Mas a morte venha ocupar o seu lugar...


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Me perdi no tempo

Não há controle dos dias

Eles passam e nem comprimentos

Estejam tristes ou com alegrias


Existe tanta fome!

Existe tanta sede...

Enquanto muitos caminham

Outros descansam na rede


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Eu acho que sou poeta

Devo ser sim...

Quando estou triste

Ou nas poucas vezes que não estou

Tento expressar isso com palavras

Mesmo que isso falhe

Ou ninguém acabe lendo...


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Tantas canções existem...

Outras estão num cemitério...

Tantos sorrisos morreram...

Outros jazem pelo asfalto...

Há palavras por mim desconhecidas...

Assim como eu mesmo me desconheço...


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Essa menina brinda com Coca-Cola!

Esse menino acende mais um cigarro!

Nada mais teremos que fazer

Enquanto o coração ainda pulsa

E a fábrica dos pulmões funcione até a pane...


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Tu viu? Eu não...

Viu nuvens dançarem tango?

Viu a praça gargalhar sem medida?

Viu mortos levantarem para o último adeus?

Viu guerras cessarem por simples vergonha?

Viu burgueses confessarem seus erros?

Viu as pedras tropeçarem em si mesmas?

Tu viu? Eu não...

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