Tem água...
Nos olhos do poeta vesgo
Que perdeu de vista sonhos
Que maldisse à si mesmo agora
Que rogou uma praga quase agorinha...
Tem água...
No desespero quase surdo
De quem dorme numa calçada
Enquanto os carros vão passando
Numa cidade igualmente desesperada...
Tem água...
No maior vazio de todos
Que fica no fundo do abismo
Que eu mesmo acabei saltando
Quando fui procurar um dia você...
Tem água...
Caindo lá de cima
Estragando aquele passeio
Que um dia esperei com vontade
E agora não tem importância mais...
Tem água...
Não tem...
Esses meus olhos já secaram...
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