terça-feira, 18 de abril de 2023

Registrado em Cartório

 

Quando se acabarem todas as sombras

Eu não poderei olhar mais para você

Aí poderei descansar finalmente de uma vez

Como quem acabou voltando para casa...

 

O bolero da minha fantasia (sol e luas)

Possuía todas as lantejoulas do carnaval...

 

O tempo me atendeu e voltou para trás

A mansidão das estrelas veio me ajudar

Nenhum caco de vidro ousou me ferir

E do deboche não está mais em meu riso...

 

Acabarei mudando meu nome no cartório

E talvez me arrisque a mudar o meu destino...

 

Pulo vários abismos como se fosse amarelinha

E agora certos enigmas tem muita pena de mim

Quero recortar-me como figurinhas de crepom

Enquanto chuto tampinhas no final da festa...

 

O chicote acabou caindo da mão do feitor

E o baticum durará pela noite até amanhecer...

 

(Extraído do livro 'Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo dentro desse calabouço de falsas ilusões Nada é mais absurdo do que se enganar com falsas e amenas soluçõe...