Eu me mato de fato
sem canhões para me atirar
Do que fui sou hiato
como vento que vai passar
Já dispenso o que penso
doravante só sentir
Sem palavras nem lenço
para poder me despedir
Me retalhos em talhos
é isto que sempre fui e sou
Minh'alma em frangalhos
como aquele que sonhou
E me firo com um tiro
que veio sem destinatário
Eu só sei que assim deliro
sem fantasmas no armário
Eu me mato de fato
sem canhões para me atirar
O destino me foi ingrato
e não adiantou reclamar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário