Um pedaço de tempo engolido aos poucos
Como um menino faz com um pedaço de pão...
Não há nova novidade ainda por enquanto!
Eu desperto na calma tranquilidade enganosa
E repito mil vezes aquilo que não queria falar...
Dói o corpo, mas dói mais a alma, ah, como dói!
Eis a falsa ciência
Eis a falsa decência
Eis a falsa inocência!
Os gurus hoje estão de folga e não há conselhos
Até o medo teve seu medo e foi saindo correndo...
Velhos tempos novos de tanta crueldade e engano!
O maior perigo de todos é não enxergar o perigo
A TV engole o barraco e vai lambendo seus beiços...
Deliciosa carne de ovelha para almoço e jantar!
Eis a doce demência
Eis a doce carência
Eis a doce prepotência!
São nas filas que são encenadas tragédias gregas
Sem heróis porque agora só temos temidos bufões...
A curva agora é reta e a reta agora é uma curva!
Cada detalhe é para ser passado desapercebido
Nem a morte consegue afrontar toda a ganância...
Que morram todos os miseráveis por essas sarjetas!
Eis a amarga sapiência
Eis a amarga prudência
Eis a amarga paciência!
(O avião caiu na selva e infelizmente salvaram-se todos...)...
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