segunda-feira, 17 de abril de 2023

Alguém de Alguém

 

O que entendo, o que não entendo,

Milhares de palmas para um absurdo,

Dei apenas mais um salto mortal,

A solidão beijou-me na boca profundamente,

Eis uma música que desconheço seu idioma,

Campos de grandes girassóis bem azuis,

Minha respiração totalmente ofegante,

Nunca mais seremos mesmo os mesmos,

Guardo em caixinhas várias mágicas inéditas,

Tiros de canhões em campos de batalhas,

O vidro de meus óculos está quebrado,

Dez centavos faz uma significativa diferença,

Eu queria apenas mais um gole da bebida,

Alguns amores modernos mais necessários,

Perfumes baratos de banal promoção,

Toda putaria do mundo somente num gesto,

Como estão sujas minhas pobres mãos,

Eu desenho obras-primas em papéis velhos,

Minha verticalidade se tornou horizontal,

Tenho áudios declarando-me um canalha,

Num quarto de motel nas quartas-feiras,

Sábados especiais para o lixeiro levar sonhos,

Joguemos cartas como quem lança dardos,

Atrapalho-me com muitos pormenores,

O que entendo, o que não entendo...


(Extraído do livro 'Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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