segunda-feira, 17 de abril de 2023

Não Tinha Um Dia

Nasceu, viveu, morreu...


Um edifício desabou em local ignorado

O amante não compareceu ao encontro marcado

No desfile de modas o modelo desfilou pelado...


Nasceu, viveu, morreu...


O milionário morreu de infarto fulminante

Acertaram um tiro na cabeça de pior traficante

 Às vezes o anterior vem na frente do adiante...


Nasceu, viveu, morreu...


O nobre cidadão teve ímpetos de roubar

Salvar pode ser mais cruel do que matar

Para muitos a calçada se tornou um lar...


Nasceu, viveu, morreu...


O religioso pediu dólares aos fiéis pregando

Orações foram feitas aos ricos empresários

Todas as exibições mostram apenas o avesso...


Nasceu, viveu, morreu...


A fome se alastra qual uma erva-daninha

A indústria inventou seus novos problemas

Todos os defeitos são apenas o que são...


Nasceu, viveu, morreu...


(Extraído do livro "Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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