Minha insistência é grande feito pedra
Enquanto
meus olhos ainda existirem
(De pequenas
ilusões morrem muitos...)
Mesmo
estando quente faz muito frio
As bolas de
gude acabaram sumindo todas
(As bordadas
foram as que mais...)
Pequenos
pássaros fazem um carnaval
Enquanto
memoráveis batalhas acontecem
(Qualquer
peito já será o suficiente...)
No mais
simples dos estalos de dedos
O carro
acabou entrando pela contramão
(Minha
teimosia batuca na lata de doce...)
Até meus
ossos acabam sentindo fome
Mesmo que a
vida acabe sendo amarga
(Olhar para
trás é exercício de retórica...)
São tantos
números e todos tão limitados
Como planos
para um futuro inexistente
(Enquanto os
cães sobem nos telhados...)
Algumas
gotas de luxúria já me bastam
Enquanto
curta aquele meu som maneiro
(Em qualquer
caminho eu acabo me perdendo...)
A
simplicidade é a mais verdadeira complicação
Em dez
segundos se pode matar muitas coisas
(Fingir é
também uma forma de dizer a verdade...)
Vamos criar
asas para virarmos umas bolachas
Apenas um
pouco de cinza nos é necessário
(Quantas
tocaias acabaram sendo invertidas...)
Muitos
setembros não valem sequer um agosto
Um meio copo
já está pela metade ou mais
(Algumas
letras acabam virando abismos...)
(Extraído do livro 'Manual Prático de Poesia Absurda para Desesperados" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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