quarta-feira, 19 de abril de 2023

Da Arte de Bater Na Lata & Outras Sandices Alegres

Não há domínios para soltos corações.

O fim de toda coisa é a mesma imortalidade.

Qualquer espaço já é o suficiente...

O tiro no menino foi testemunhado.

Frases secas possuem certas razões.

Guardo todos os dias em meus bolsos...

Os soldadinhos de brinquedo contam passos.

Os olhos dela eram de um azul interminável.

Joguei o medo na lata de lixo mais próxima...

O gato foi enterrado no quintal baldio.

Até eu já tive um pé de laranja lima.

A Singer enlouquecia com minha proximidade...

Eu desenhava o que não consigo explicar.

Os ventos seguem tantas naves espaciais.

Onde eu coloquei a minha varinha de condão?...

Peço desculpas para todos os jilós existentes.

Fiz muitas cenas dignas de ganhar um Oscar.

Por que o gênio só atende três pedidos?...

Pequenas lagartixas dão enormes corridas.

Meus bocejos causam inveja aos leões.

A bailarina torceu o seu pé na apresentação...

Vêm aí os bebedores de café e comedores de batatas.

Bolos feitos com capricho por velhas tias.

Nunca mais contarei piadas sérias...

Algumas palavras cansaram-se e partiram.

Tardes não são manhãs e não são noites.

Nunca mais encontrarei motivos alguns...

Quero ir ver a la Ursa de bem pertinho.

Mas para isso vou nas asas de um camelo.

Iara cai na sarjeta sempre que enche a cara...

Um carro passou no carnaval com gente nua.

A porrada comeu na festa daqui de casa.

O inconsciente coletivo só fala besteiras...

Não há domínios para soltos corações.

O fim de toda coisa é a mesma imortalidade.

Qualquer espaço já é o suficiente...


 (Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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