Bebo da minha fantasia até ficar inconsciente
Meu cartão de crédito me ofende ao máximo
Eu sou aquele que o tempo já faz tempo esqueceu
Estou numa velha gaveta que não é túmulo
Porque os túmulos pelo menos tem propósito
Mesmo que seja esquecimento e abandono
Eu sou o pedaço de pão mordido e jogado fora
A pergunta deixada de lado pelo seu absurdo
O brinquedo que veio defeituoso e jogaram no lixo
A folha que cumpriu seu papel e caiu no chão
A rua está deserta e silenciosa sem testemunha
Para meu suicídio sem morrer ao menos
Os que sofrem podem me entender um pouco mais
Por que deveria gritar no meio de nada?
Nem os pombos fogem quando me aproximo
Asfixia moderna essa que agora me aflige
Estou morrendo afogado fora da água
Aviões cegos e covardes agora erram o alvo
E os tolos passam suas lições de casa
Eis os ossos que não são mais os nossos
Acabou de acabar e foi bem no final
Não tem chorare ou outra marmelada
Agora os melhores são os piores
Vamos entrar nas míticas filas inexistentes
De um sabor agora inexistente e acabado
Assim como já teve tem para todos nós
A vida não sabe pentear meus cabelos
Mas a ternura salvou minha alma...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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