A estrada, a poética,
vento soprando estranhezas,
o que está na superfície,
ou nas profundezas,
nossas convicções,
nossas incertezas...
Todas as veredas
com suas visagens...
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Haviam uns olhos magros, haviam
que não diziam quase nada
(quando diziam...)
uns olhos sem cor, indefinidos,
esquecidos em alguma gaveta,
eram os meus de tanta saudade...
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Muitos ases sem nenhuma manga
E o nada tomando conta de mim
Lembranças fúteis são lembranças
E certas radicalidades não existem
Tudo acaba se transmutando
Até com as palavras isso acontece
Sem aviso algum, sem aviso algum...
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Porque teimei em dançar
Acabei encenando uma farsa
Não arrancou risos da plateia
A tristeza só faz risos de maldade
Porque tentei cantar
Realizei os piores ruídos possíveis
Era melhor ter permanecido
No mais calmo dos silêncios
Me traga sonhos bons poesia
Antes que cheguem os pesadelos
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Postes bêbados, isto sim
Acabo errando as letras
Por dentro da noite sem fim
Claro-escuro e muitos tons
O cinza sempre presente
Mesmo quando não está
Posto bêbado
Canções infinitas de desculpa...
Caí...
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Eu me curvo ante às ilusões
Como quem naufraga num copo d'água
Eu faço festas por motivo algum
E isso apenas por fazer
Perdi todos os meus encantos
Mas ainda continuo vivo...
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Bilhete premiado, sorte grande,
Muitos gritos insanos pelo espaço,
Somos o que somos
E acabamos perdendo tudo,
A rotina nos engole deliciosamente
Como um Tiranossaurus Rex...
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