quinta-feira, 23 de junho de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 175


É preciso morrer mil vezes para perceber que o tempo não é nada. Só as lembranças que estão em nosso bolso, ao alcance das mãos, valem alguma coisa. Escuto os sons do dia, nem todos reconheço. A memória anda fraca, a alma mais ainda. Não quero chorar mais, já passei da cota. Absurdamente quero rir, mesmo de desagrados que esbarram comigo nos lugares mais imprevisíveis...

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Marcas de mim
de todo mundo
peles diferentes
porém cicatrizes
a profundidade não importa
sua  existência quem sabe?
Começo sem fim
minhas condolências
para final um início
quase inesperado
temos que guerrear
mesmo se a morte vence?

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Nunca parceria
apenas (...) cumplicidade
fixa estes teus olhos
maltrata minha timidez
me faz mais gato do que sapato
não há mal algum nisso
viver é ruim, mas tão bom...
Quero colher pérolas
em alguma flor
para fazer um lugar-comum
nestes teus cabelos...

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Todo sentido sentido alguns
Até cicatrizes foram embora...
Tudo serve para nossa tristeza
Até velhos escombros sem porquê...
Eis as fadas voando em volta de mim
Como incômodos mosquitos no quarto...
Nunca os mortos deram algum adeus
É como estava escrito na bula...

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Tenho todo espanto do mundo
constantemente
a mente é constante mas mente
Motivos de sobra
versos em excesso
decisões arrependidas no improviso
Eu olhei a rua através do vidro
e só me vi do outro lado
andando sozinho em desespero

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Poucos tiveram sorte
outros nem tanto
colocaram os pés no caminhos
e eles foram feridas
o começo vem desde o engano
todos sonham - muito perigoso
asas voam somente em abismos...

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Enganam-se aqueles que acham
que não existe felicidade
os que acham também...
Eu já a vi um dia
só não sabia seu nome
e nem lhe cumprimentei...

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