terça-feira, 28 de junho de 2022

Eternidade No Bolso


Na cena (i)móvel de um espaço infinito

Deliro sem delírio algum frequentemente

Não sei se virei estrela ou se verme

Mas a eternidade está em meu bolso

Eternas lembranças mesmo as esquecidas

Que mesmo assim marcaram e muito

Na rua passam figuras conhecidas e inéditas

E a minha contradição pula alegremente

São fogueiras, senhor, são fogueiras!

Estrelas que vieram passear cá embaixo

E que subirão fumaçamente aos poucos

Sinto então um frio paranormal

Com alguns tons de cor que desconheço

Talvez da superfície de estranhas águas

Que me perseguem pelos meus maldormidos sonos

O menino permanece em solene vigia

E seus olhos tortos ainda servem

Tudo muda e mesmo assim nada muda

O meu nascimento será minha morte

Assim como meu prazer um pouco de dor

Tudo permanece e mesmo assim tudo muda

Um dia fui herói e hoje sou o vilão

Velhas esfinges decoram a cristaleira

Entre outros tantos cristais

Ou seriam velhas fotografias amareladas?

Na cena (i)móvel de um espaço infinito

Deliro sem delírio algum frequentemente

Não sei se virei estrela ou se verme

Mas a eternidade está em meu bolso...

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