Na cena (i)móvel de um espaço infinito
Deliro sem delírio algum frequentemente
Não sei se virei estrela ou se verme
Mas a eternidade está em meu bolso
Eternas lembranças mesmo as esquecidas
Que mesmo assim marcaram e muito
Na rua passam figuras conhecidas e inéditas
E a minha contradição pula alegremente
São fogueiras, senhor, são fogueiras!
Estrelas que vieram passear cá embaixo
E que subirão fumaçamente aos poucos
Sinto então um frio paranormal
Com alguns tons de cor que desconheço
Talvez da superfície de estranhas águas
Que me perseguem pelos meus maldormidos sonos
O menino permanece em solene vigia
E seus olhos tortos ainda servem
Tudo muda e mesmo assim nada muda
O meu nascimento será minha morte
Assim como meu prazer um pouco de dor
Tudo permanece e mesmo assim tudo muda
Um dia fui herói e hoje sou o vilão
Velhas esfinges decoram a cristaleira
Entre outros tantos cristais
Ou seriam velhas fotografias amareladas?
Na cena (i)móvel de um espaço infinito
Deliro sem delírio algum frequentemente
Não sei se virei estrela ou se verme
Mas a eternidade está em meu bolso...
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