Espere mais um pouco
espere e espere e tenha calma
Ainda estou rindo e um pouco muito
de algo que não entendi semana passada
São tantas as histórias
que acabei perdendo o fôlego
Abri meus olhos na hora exata
em que o mundo caía lá de cima
E depois o que eu acho só acho
mas os detalhes foram todos embora...
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Acabo me contentando com detalhes
E as covinhas que a menina possuía ao sorrir
Não sei se ela sorria porque achava graça
Ou apenas cumpria banais compromissos
Eu viajo agora sem pés mais que antes
Pois só a memória poderá salvar-me
De inimigos que nem consigo ver
Os passarinhos que despertam as manhãs
Esses eu nunca saberei quem são
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Tem um sorriso diferente no canto da boca
Como uma teima pelas manhãs com chuva
Tem uma rotina vulgar como milhões dela
Que não traz surpresa alguma possível
Seus sonhos cobertos estão de lógica insana
Como se o distante apenas não existisse
Sei que ela ainda existe por pura coincidência
Alguns sons acabam chegando aqui na furna
Parei de ter insônia pelo sorriso dela
Mas os seus cortes em minha pele ainda doem
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A casa não caiu
O teto está no mesmo lugar
Eu tenho dúvidas
Mas não quero destruí-las
O sol é meu
Mas passou o carnaval
Posso repetir?
Juro solenemente
Que espalho cinzas depois
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Eu nem sabia
Se a manhã era fria
E a tarde era quente
Eu nem sabia
E quem saberia
Que igual é diferente
Eu nem sabia
Que te amaria
Me tornando demente...
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Cada pincelada - uma gota de sangue
Um momento congelado para sempre
Um vídeo de eterna e terna repetição
Cada cor - apenas mais um sopro
Um suspiro dado meio escondido
A imaginação chegando sem aviso
Eu agora tremo num delírio inidentificado
Como os bebuns que não bebem mais
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Pode deixar ali mesmo
Quando acabar de chorar eu faço a festa
Não há convidados para minha tristeza
Vamos esquecer as chuvas por um momento
Ainda me lembro do sol...
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