Copos americanos mal lavados com a purinha
Moscas voando por todos os cantos
Tonteando com a fumaça de mata-ratos
Oriundos de maços agora amassados...
Passos cambaleantes pelo lixo discreto
Enquanto uma louca profere maldições
Tudo está bem porque mal está...
A velha televisão de tubo mente
Trazendo frivolidades que fazem chorar
Enquanto os políticos prometem loucuras
E a morte cumpre religiosamente seu papel
Me dá um pé de galinha aí? Esse não, aquele
Manda mais uma também e capricha
Vou no enterro do corno do meu vizinho
O cara morreu de enfarte fulminante
Um fodido, assinei até a lista dele...
O banheiro é mais um santuário
Onde o incenso é apenas amônia
Mas olhem que interessante!
Alguém cagou e fez hieróglifos com a merda
As pontas dos dedos escreveram nas paredes...
O chiclete mascado na boca da adolescente
Com os dentes repletos de cáries...
Todas as vitrines estão lotadas
São tristes manequins em sua imobilidade - nós...
Uma esmola para o cego sentado na esquina
Enquanto bombardeios acontecem no exterior
E promessas vãs são solenemente seladas...
Não temos lado algum que nos pertença
Os perdedores estão em todos eles
Todos os finais imprevisíveis são óbvios...
As baratas passeiam entre quase tudo
E o gato mais esperto ficará com elas...
Aos vencedores as baratas...
Nenhum comentário:
Postar um comentário