Grito mudo o tempo todo
é apenas mais um ritual de futilidades
Os olhos cegos ainda servem um pouco
Nada foi tão divertido como agora
Ajeite o nó da gravata
Devo estar com algum sono ainda
O tempo chegou atrasado
Lindas meninas que já foram e não mais
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Abracemos a tristeza
Com especial carinho
Suas lágrimas podem ser enxugadas
(ou não...)
Mas sua ternura pode estar presente
Até que os tempos sejam consumidos
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Onde será
que mora o indecifrável da morte
que sempre nos seguiu
desde o início?
Em alguma terra sinistra e distante
ou numa dessas esquinas por aí?
Será decrépita ou jovem?
Ou não terá idade alguma?
Vem por maldade
ou cumpre seu compromisso?
Terá crueldade conosco
ou é mais piedosa do que parece?
Onde estará?
Só o destino para responder...
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O tempo faz sua parte...
E as ladeiras cada vez mais íngremes
Agora só trazem canseira...
E os carnavais perderam o encanto
que um dia eu vi...
E as estrelas se apagam do céu
porque meu sono me ataca...
E as pedras malvadas foram atiradas
e espantaram os passarinhos...
O tempo fez sua parte...
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Há uma certa dose de medo
Junto em cada sombra,
Silêncio de noite fria inesperada,
Não tenho mais medo algum,
Desde que a solidão entrou em mim,
Por todos os poros,
Em caminhos inexploráveis...
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Chama-me de qualquer coisa
Use antigas fórmulas mágicas
Ou a mais moderna tecnologia
Fique louca ou mesmo tarada
Xingue-me sem motivo algum
Como fazem tantas e tantas
Só não me esqueça igual brinquedo
Velho e quebrado...
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A corda em silêncio
Alguns na multidão
Silêncio total
E outros nem tanto
Os corvos sobrevoam
Esperando ansiosos
Que me enforquem logo...
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