Idade média
em cores mortas...
Idade mídia
em cores absurdamente coloridas...
O louco ficou louco
por pouco...
Tudo cuidado falha
é corte sem navalha
e soldado morto sem batalha...
Idade média
finada comédia...
Idade mídia
viva perfídia...
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Vou quebrar-me até que não reste nada
Como um velho vidro
Caído repetidamente
A morte recusa-me por enquanto
Quer me ver algum tempo na arena
Gritando algumas desconexidades:
Por que? Por que?
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Não sabia...
Palavras novas para mim
eram outros seres
vindos de outras terras...
Gestos novos
(bons ou maus)
eram gostos que evitava
talvez só por timidez...
Eis o grande medo:
envelhecer o menino que eu era
(mas não evitei isto)...
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Expulso de um Paraíso que não existiu
Cato folhas mortas para reconstruir pequenas fogueiras
Que já não existem mais...
As pedras dos castelos viraram areia
E a areia o mar já levou...
Sobraram os olhos, ainda eles,
Para te seguirem até que eu morra...
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Minha filosofia saltou e deu berros
(isso foi na praça,
era domingo de manhã e todos dormiam...)...
Quem é o louco que nos acorda agora?
Não, não, não, eu não sou louco!
Apenas descobri que todos dormem
(mesmo quando estão acordados?)
Sem respostas para as perguntas
que apenas desconhecem...
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Mordiam um ao outro
Como quem têm fome,
Engoliam suas salivas
Como dois sedentos
O que é a vida
Senão um deserto?
Abraçavam um ao outro
Como dois desesperados,
Exploravam seus corpos
Que nem dois piratas
O que é a vida
Senão um naufrágio?
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Uma era de inversões é onde estamos:
Ser mau agora é o normal,
A apatia é o prato do dia,
Ser honesto é funesto,
Mediocridade é a originalidade,
O heroísmo agora é cinismo,
O óbvio morreu e ninguém percebeu,
Para vivos não há motivos...
Uma era de inversões é o que estamos...
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