quinta-feira, 9 de junho de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 165


Idade média

em cores mortas...

Idade mídia

em cores absurdamente coloridas...

O louco ficou louco

por pouco...

Tudo cuidado falha

é corte sem navalha

e soldado morto sem batalha...

Idade média

finada comédia...

Idade mídia

viva perfídia...


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Vou quebrar-me até que não reste nada

Como um velho vidro

Caído repetidamente

A morte recusa-me por enquanto

Quer me ver algum tempo na arena

Gritando algumas desconexidades:

Por que? Por que?


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Não sabia...

Palavras novas para mim

eram outros seres

vindos de outras terras...

Gestos novos

(bons ou maus)

eram gostos que evitava

talvez só por timidez...

Eis o grande medo:

envelhecer o menino que eu era

(mas não evitei isto)...


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Expulso de um Paraíso que não existiu

Cato folhas mortas para reconstruir pequenas fogueiras

Que já não existem mais...

As pedras dos castelos viraram areia

E a areia o mar já levou...

Sobraram os olhos, ainda eles,

Para te seguirem até que eu morra...


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Minha filosofia saltou e deu berros

(isso foi na praça,

era domingo de manhã e todos dormiam...)...

Quem é o louco que nos acorda agora?

Não, não, não, eu não sou louco!

Apenas descobri que todos dormem

(mesmo quando estão acordados?)

Sem respostas para as perguntas

que apenas desconhecem...


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Mordiam um ao outro 

Como quem têm fome,

Engoliam suas salivas

Como dois sedentos

O que é a vida

Senão um deserto?

Abraçavam um ao outro

Como dois desesperados,

Exploravam seus corpos

Que nem dois piratas

O que é a vida

Senão um naufrágio?


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Uma era de inversões é onde estamos:

Ser mau agora é o normal,

A apatia é o prato do dia,

Ser honesto é funesto,

Mediocridade é a originalidade,

O heroísmo agora é cinismo,

O óbvio morreu e ninguém percebeu,

Para vivos não há motivos...

Uma era de inversões é o que estamos...


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