São sinais para um velho resto cansado. Em que águas falam mais que os sinais de fumaças de já extintas fogueiras. As nuvens viram kamikazes de uma guerra declarada e vamos andando. Sangue e água se confundem. E do meu lado faço um derradeiro esforço de viver. Se pode chamar vida. Guardar um peito vazio para um amor que muito provável não chegue. Ou chegue atrasado. O que é bem pior. Fatídico atraso e estrago. Coloque o disco na velha vitrola, A que um dia foi objeto de desejo e alegria. Não mais haverá areias de dia de domingo e nem outros gritos mais. A inocência falta no mercado. E todas as tecnologias não valem uma. Nelas faltam um quê de cor não colocável em gestos improvisados. Falta o suingue de velhos clipes e a emoção resultante de motivos desconhecidos. Descubro isso quanto menos quero. A tristeza é um abismo no fim da descida de uma rampa. E mesmo o calor não afasta os arrepios. O velho hábito ocupa o mesmo lugar de sempre. Era uma mesa antiga e a cadeira do menino era azul. E as imagens em preto e branco pareciam mais vivas mesmo sem ser. São velhas peças e velhos trotes. E quadros que tomaram chuva. Desbotados e lamentados. Refletidos e enlutados. Como nunca mais haveremos de ter. Eu quero ar como peixes na areia. Eu quero pelo menos um riso antes. Nós queremos e todos nós em coro pedimos. Save our selfs. Em qualquer língua conhecida ou morta. Nos papiros já existem sinceras súplicas. E em tábuas de argila. Nas garrafas que vagueiam nas ondas. Estamos em ilhas, Somos ilhas. E morreremos em alguns instantes. Alguns dias. Algumas semanas. Alguns meses. Ou então nunca. E este nunca é mais do que podemos suportar. Um brinde à triste condição humana. Faminto em frente ao banquete. De pés e mãos atados. Sedento dentro da água. O pior entre os melhores. Palhaço teu pai morreu. As lágrimas serão o novo motivo para o que vier. E o sangue escorre em contadas gotas. Haverá cantos de bacurau como fundo de tela. E motivo de medo. Eles são o que são. Incrivelmente nuas e cruas. Salada de flores. As mesmas que adornarão nossos esquifes. Os segredos vão embora. Ou ficam suspensos num ar de obviedade. São sinais para um velho rosto cansado...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Num Ar de Obviedade
São sinais para um velho resto cansado. Em que águas falam mais que os sinais de fumaças de já extintas fogueiras. As nuvens viram kamikazes de uma guerra declarada e vamos andando. Sangue e água se confundem. E do meu lado faço um derradeiro esforço de viver. Se pode chamar vida. Guardar um peito vazio para um amor que muito provável não chegue. Ou chegue atrasado. O que é bem pior. Fatídico atraso e estrago. Coloque o disco na velha vitrola, A que um dia foi objeto de desejo e alegria. Não mais haverá areias de dia de domingo e nem outros gritos mais. A inocência falta no mercado. E todas as tecnologias não valem uma. Nelas faltam um quê de cor não colocável em gestos improvisados. Falta o suingue de velhos clipes e a emoção resultante de motivos desconhecidos. Descubro isso quanto menos quero. A tristeza é um abismo no fim da descida de uma rampa. E mesmo o calor não afasta os arrepios. O velho hábito ocupa o mesmo lugar de sempre. Era uma mesa antiga e a cadeira do menino era azul. E as imagens em preto e branco pareciam mais vivas mesmo sem ser. São velhas peças e velhos trotes. E quadros que tomaram chuva. Desbotados e lamentados. Refletidos e enlutados. Como nunca mais haveremos de ter. Eu quero ar como peixes na areia. Eu quero pelo menos um riso antes. Nós queremos e todos nós em coro pedimos. Save our selfs. Em qualquer língua conhecida ou morta. Nos papiros já existem sinceras súplicas. E em tábuas de argila. Nas garrafas que vagueiam nas ondas. Estamos em ilhas, Somos ilhas. E morreremos em alguns instantes. Alguns dias. Algumas semanas. Alguns meses. Ou então nunca. E este nunca é mais do que podemos suportar. Um brinde à triste condição humana. Faminto em frente ao banquete. De pés e mãos atados. Sedento dentro da água. O pior entre os melhores. Palhaço teu pai morreu. As lágrimas serão o novo motivo para o que vier. E o sangue escorre em contadas gotas. Haverá cantos de bacurau como fundo de tela. E motivo de medo. Eles são o que são. Incrivelmente nuas e cruas. Salada de flores. As mesmas que adornarão nossos esquifes. Os segredos vão embora. Ou ficam suspensos num ar de obviedade. São sinais para um velho rosto cansado...
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