quarta-feira, 17 de abril de 2013

Mil Faces, Nenhuma Face


A cera quente derrete
Ela já foi chacrete
Ele já teve dinheiro
Eu corri e fui o primeiro
E esse cara promete
Eu já pintei o sete
A vida tava tão boa
Que eu andava à toa
Nós encenamos o esquete
Não gosto mais de chiclete
O sonho ainda não morreu
E o culpado fui eu
Agora a onda é a net
E já acabou o disquete
É muito frio no inverno
Eu mandei fazer o meu terno
É muito açúcar sem diabete
Eu me cortei de gilete
De noite festa na aldeia
Amanhã tem lua cheia
E meu amor periguete
Nas mãos a dama e o valete
O álcool também ensina
Como rezar na latrina
Já respondia a enquete
Não é mais gato é cat
Se corta já vai doer
E eu choro feito bebê
Desse time eu sou tiete
Se brigo ninguém se mete
Eu pago as minhas contas
E aguento as minhas pontas
A trava virou vedete
Eu puxo meu canivete
É um brinquedo à mais
Eu sou um homem de paz
Só vai quem compete
Vamos levá-lo no pet
Por que poemas baratos
Se já lavaram os pratos?
Já me jogaram confete
Agora puxo a charrete
Filho de égua é potro
Morre um fica outro
A Marinha pede grumete
Me dê aí um grapette
É estrada interditada
Que chegar lá no nada
Alguém aí me injete
A alegria de Beth
Eu esperei por esse dia
De jogar meu cafemania
Não sou um marionete
E não virei manchete
Eu tô morrendo de sono
Minha alegria tem dono
A cera quente derrete
Quem vai me dar um chiclete?...

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