Quase estamos brincando de deuses
E tudo que o destino aprontou
Acabou-se em nossas redes sociais
A noção de certo e errado ficou no bolso
Era dia isso eu bem sei
E teu amor veio chegando certo e inesperado
Fez-se canção de tudo e qualquer coisa
Bonitas ou feias talvez
Por que não fazem as que o silêncio pode dar?
Há muito tempo meu ouvido esqueceu
As palavras bonitas e vãs
Que o tempo não esquece nunca de buscar
Tudo nunca pareceu tão certo
Politicamente correto
Como as comoções que vivemos
Ritmos todos sempre foram e serão
Mesmo uma pedrinha que cai
Ou latinhas que chutamos vagabundos
Novas bandeiras não precisamos mais
Derrubem as antigas
Que nos falam de teimosos erros
O mundo é uma grande fábrica de gaiolas
Somos os pássaros presos
E nossos lamentos espalham-se pelo ar
Perguntas e perguntas e perguntas
Muitas do menino curioso
Onde estaremos nós daqui há pouco?
Faço das tristezas um barco de papel
Coloco-os num rio de esperança
Mas falta o vento ou então é demais
A vida escorre por entre os dedos
Não podemos isso evitar
Era água? Era areia? Ou eram sonhos?
Quanto mais me entristeço me inspiro
E inspirado há muitas terras
Isso seria ser poeta ou morrer aos poucos?
Entre a loucura e a lucidez um fio fino
Tão fino! Difícil vê-lo...
E daí nasce o riso que mais vale...
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